Irreverência e criatividade. Liquidificadores, rádios, máquinas de escrever, enceradeiras, gravadores, teclados e garrafas misturados aos arranjos e orquestrações de instrumentos tradicionais compõem o estilo musical do cantor, compositor, arranjador e ator Tom Zé, uma das figuras mais originais e controvertidas da MPB . Baiano, nascido em Irará em 11 de outubro de 1936, aprendeu música sozinho ouvindo a rádio de sua cidade. Em Salvador estudou música na Universidade da Bahia onde aprendeu harmonia, contraponto, composição, piano e violoncelo. Na década de 60 conheceu Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso e Maria Bethânia e tornou-se um dos líderes do movimento tropicalista. Com letras fortemente influenciadas pela poesia concreta participou do CD "Tropicália ou Panis et Circensis" com a música "Parque Industrial" . Em 1968 venceu o primeiro festival de Música Brasileira com a música "São São Paulo" e no mesmo ano lançou seu primeiro disco solo "Tom Zé", seguidos por outros discos na década de 70. Durante quinze anos ficou no esquecimento até ser descoberto na década de 90 por David Byrne, do selo Luaka Bop, que lançou o compositor no cenário internacional com o lançamento do cd "The Best of Tom Zé". Muito bem aceito e aclamado pela crítica esse trabalho fez sua carreira tomar um novo rumo fazendo com que o público brasileiro o reverenciasse novamente. Com 25 discos lançados, mesclando o pop com a música experimental, Tom Zé amplia os limites da canção popular expressando a um só tempo rudimentaridade aliado à alta tecnologia, transformando-se assim num dos mais irônicos e irreverentes intérpretes do Brasil.
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